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IFI convoca profissionais a promover diálogos multigeracionais por meio do design e é presidida por brasileiro

A IFI International Federation of Interiors Architects/Designers reúne arquitetos e designers de interiores do mundo todo. Começou a ser delineada em 1955, na Alemanha, mas só foi fundada em 1963 em Copenhage, Dinamarca. Atualmente, tem sua sede em Nova York.

A federação foi pioneira em temas como a sustentabilidade, criando a IFI Green Design Checklist, em 1993, ou a resposta comunitária a partir de 1997, por meio da promoção de projetos que contribuíssem para a mudança social em diversos países. Desde então, a IFI colabora com a regulação, o ensino e o trabalho no design de interiores. Em seu 60º aniversário, em 2023, busca olhar para o futuro.

IFI WID 2024

O IFI WID – World Interiors Day 2024 confirma essa aspiração: afinal o tema escolhido para esta edição aborda a lacuna de comunicação geracional e o papel do design na “criação de soluções inclusivas que promovam uma comunicação mais eficaz e significativa entre pessoas de diferentes idades”, como indica o manifesto.

A IFI deseja promover um design sensível e adaptável para criar ambientes que construam pontes entre passado, presente e futuro. O IFI WID marca a possibilidade de celebrações provocativas dos profissionais em redor do mundo, a fim de conscientizar diversas esferas da sociedade. Seja uma palestra, uma mostra ou uma mesa redonda – digital ou presencial –, a federação convida arquitetos e designers de interiores a provocar suas comunidades no dia 25 de maio.

O arquiteto Arthur Guimarães, eleito presidente da IFI em 2024 | Foto: Divulgação

Brasil no IFI: confira entrevista

O arquiteto e urbanista Arthur Guimarães foi eleito presidente da IFI (EUA – 2024) e conselheiro da Asian Designer Communication Platform (Hong Kong, China – 2023). Ele deseja pensar de forma interdisciplinar sobre a arquitetura e o design. Nessa conversa com a DW!, ele fala sobre os desafios do setor, a IFI e o IFI WID 2024.

DW! _ Você é o primeiro brasileiro e um dos mais jovens presidentes globais eleitos na IFI – International Federation of Interior Architects /Designers. Qual a importância desta nova posição em sua carreira e que inovações busca promover nesta gestão?

Arthur Guimarães _ Assumi a primeira posição no conselho da IFI em 2022. Desde então, temos visto a necessidade de incorporar as novas gerações de profissionais no contexto global de discussões sobre o futuro como arquitetos e designers. Com a dinamicidade das cidades e os avanços tecnológicos é essencial a colaboração de profissionais com diversos níveis de experiências e vivências para a construção de cidades e edifícios mais eficientes no âmbito da sustentabilidade ambiental, econômica e social.

A posição de presidente eleito faz parte de uma estratégia na incorporação das novas gerações e adoção de novas tecnologias. Ao longo dos 60 anos desde a criação da federação, é importante realizar revisões sistemáticas e eficientes para adaptar as novas realidades que a tecnologia e globalização trazem para a nossa sociedade como um todo.

DW! _ O tema do IFI WID – World Interiors Day 2024 envolve um olhar sobre o futuro multigeracional. Como a arquitetura e o design de interiores podem ser uma ferramenta neste contexto?

Arthur _ No cenário contemporâneo, a sociedade é marcada por uma crescente complexidade nas relações interpessoais, especialmente no que diz respeito às diferenças entre as gerações. O tema desse ano aponta para um desafio inerente: a lacuna de comunicação entre as distintas faixas etárias e a arquitetura e o design emergem como uma ferramenta crucial para criar soluções mais inclusivas e que promovam uma comunicação mais fluida, eficaz e significativa entre pessoas.

Isso implica em reconhecer e compreender as perspectivas, valores e preferências que cada geração traz consigo, transcendendo as barreiras e proporcionando uma experiência que seja intuitiva e atraente para todas as idades. O objetivo é a construção de um presente mais harmônico e a pavimentação de um caminho para o futuro de coexistência de maneira colaborativa e enriquecedora.

Foto mostra o Congresso da IFI, em Amsterdã (1967) com o tema ‘The Milieu and its Design’ – ou em tradução livre ‘O Meio e seu Design’ | Foto: Divulgação

DW! _ Na sua visão, qual o lugar e a relevância de arquitetura e do design brasileiro de interiores no atual cenário global?

Arthur _ O Brasil é o um lugar que, sem dúvida, produz muitos talentos. Nas últimas décadas tivemos projetos e produtos que se destacaram no cenário global em termos de pesquisa e nas relações comerciais. Porém, vejo uma pequena desvantagem na seleção de informações que sejam consistentes e úteis para a construção das narrativas de projetos e produtos em relação à quantidade de informações geradas com a evolução tecnológica.

Nesse contexto, se torna fundamental olharmos para a nossa cultura e recursos naturais para aplica-los à pesquisa na busca de novos materiais que sejam ambientalmente responsáveis, com uma cadeia de produção adequada, para traduzir isso formalmente para os outros países do mundo. Esse movimento em maior escala pode levar o Brasil para um novo patamar no contexto global.

DW! _ Seu portfólio tem como destaque os projetos de interiores de navios, aviões particulares e embarcações de alto luxo. Por que você se interessou por estes perfis de projetos e quais as particularidades ao criar estes espaços?

Arthur _ Sempre fui fascinado por aviões e barcos. Curioso desde criança, me interessava pela forma como as coisas funcionavam. Apesar da amplitude de atuação que temos como arquiteto, para mim foi um caminho natural correlacionar os meus diversos interesses. No desenvolvimento dos projetos, tento pensar na vida das pessoas de forma mais holística, compreendendo todas as situações que vivemos como ser humano em um contexto cosmopolita. Por este motivo, o escritório produz desde produtos para o uso cotidiano – como bandejas, vasos e talheres – até aviões e barcos. Considerando o contexto comercial, a ideia por trás disso é estar presente em todos os momentos da vida dos nossos clientes.

DW! _ Como você enxerga o design de interiores nos próximos anos? De que formas a área e os profissionais vão se transformar, pensando nas interações com a tecnologia, nos perfis de novos projetos, nos desafios de sustentabilidade e no amadurecimento do mercado em geral?

Arthur _ Minha visão é que a arquitetura e o design, de forma geral, precisam incorporar a tecnologia para a previsão de acontecimentos. Como profissionais que constroem o futuro – através de edificações e cidades – é fundamental utilizar as tecnologias mais recentes de simulação para projetar de forma mais eficiente e ambientalmente responsável. Com o que temos hoje, é possível fazer previsões de chuvas, insolações e performance desde os estágios iniciais de desenvolvimento do projeto. Afinal, somos responsáveis diretos sobre a performance e crescimento de nossas cidades.

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