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DW! PE: conheça as peças de arte, design e artesanato em exposição no nosso estande da Fenearte

estande dw + fenearte _ gelyson ramos

A DW! Semana de Design alça um voo longo e lança o preview de um festival nos moldes paulistanos – plural, abrangente e integrador da cidade –, mas com a cara e a alma pernambucanas: a primeira edição da DW! Semana de Design de Pernambuco está marcada para 2024, mas já dá pra ter o gostinho do que vem por aí, no estande da DW!, na Fenearte – Feira Nacional de Negócios do Artesanato. O evento segue até domingo (16) e o espaço da DW! fica logo na entrada.

São 80 metros quadrados dedicados aos encontros, com orientações sobre o Circuito Fenearte, atendimento ao público, entrega de mapas e exposição de peças de design e artesania nacionais, com curadoria do artista visual Túlio Augusto e expografia da arquiteta Carol Sóter.

A arquiteta explica que o “estande foi pensado como uma tela de fundo para as criações” e que a ideia é “reforçar o que há de melhor no design e artesanato regionais e brasileiro, valorizando o fazer manual através da cor terracota e de elementos em taipa de pilão”. O conceito do espaço reafirma que a DW! chega para fomentar a integração e a circularidade entre design e artesanato, a fim de agregar ainda mais elementos à valorização da cultura, geração de negócios e parcerias junto a movimentos e ações existentes.

Conheça um pouco desse pedaço da DW! com olhar e sentir pernambucanos.

Uma das esculturas em madeira morta do mestre Zé Bezerra e que preserva muito de suas características rústicas e naturais | Foto: Gleyson Ramos
Uma das esculturas em madeira morta do mestre Zé Bezerra e que preserva muito de suas características rústicas e naturais | Foto: Gleyson Ramos

Zé Bezerra

Nascido em Buíque, no sertão de Pernambuco, o artista e artesão Esildo Barros, conhecido como Zé Bezerra (@mestrezebezerra), extrai da madeira ‘de recolha’ figuras da fauna do semiárido. Zé conta que o trabalho com a madeira morta começou depois de um sonho, em uma época de desencanto com a vida. As peças são talhadas à mão, através de ferramentas que ele também cria e confecciona no Vale do Catimbau. O acabamento é rústico, sem polimento e seu conhecimento e técnica já é partilhado com os filhos ou quem mais tiver interesse em aprender.

A cadeira Avoar (à dir.), do designer Fabio Melo partilha o espaço com obras do mestre Zé Bezerra e da artista Iris Marcolino | Foto: Gleyson Ramos
A cadeira Avoar (à dir.), do designer Fabio Melo é uma ressignificação das gaiolas do artesão Caboclo, da Ilha do Ferro | Foto: Gleyson Ramos

Fabio Melo

Pernambucano de Caruaru, o designer Fabio Melo (@fabiomelodesign) agora habita o solo goiano, mas traz na bagagem muito de sua vida pregressa. Formado em Desenho Industrial pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e aluno do Atelier Blaise Rossetti, em Paris, Fabio cria objetos que dialogam com a carga cultural de suas raízes – de sua infância à estética do cangaço e ao Movimento Armorial. As criações têm uma base minimalista, mas são cheias de emoção e legado. Uma das peças mais recentes é a cadeira Avoar (foto), uma revisitação às gaiolas produzidas na Ilha do Ferro.

A mesa em madeira maciça de resgate é uma das peças mais emblemáticas do estante da DW!; Cascata é assinada por Eduardo Cavalcanti | Foto: Gleyson Ramos
A mesa em madeira maciça de resgate é uma das peças mais emblemáticas do estante da DW!; Cascata é assinada por Eduardo Cavalcanti | Foto: Gleyson Ramos

Eduardo Cavalcanti

O designer autodidata Eduardo Cavalcanti é de Gravatá, em Pernambuco, e trabalha com madeira de demolição e antiguidades. Em seu ateliê, o Armazém 1507 (@armazem1507), o enfoque é dado nos móveis rústicos e maciços. Entre mesas, bancos, aparadores e bancadas extensas que preservam os veios, saliências e volumes das toras, vêem-se também as sutilezas do torno em gamelas e cubas e a perfeição dos encaixes e entalhes em diferentes técnicas. No estande da DW!, a mesa Cascata (2,4 x 1 m) foi elaborada especialmente para essa Fenearte.

A mesa que apoia a cadeira manta Negra, de Sergio J. Matos, é assinada e feita pela Lama Bioconstrução, com terra socada | Foto: Gleyson Ramos
A mesa que apoia a cadeira manta Negra, de Sergio J. Matos, é assinada e feita pela Lama Bioconstrução, com terra socada | Foto: Gleyson Ramos

Lama Bioconstrução

A Lama Bioconstrução (@lama.bioconstrucao) é uma empresa de arquitetura especializada em construção natural com terra. Os projetos incorporam métodos tradicionais como a taipa de pilão, aliados a um alto nível de detalhamento, eficiência construtiva e desempenho energético. A taipa é aplicada à arquitetura, mas também em objetos, como a mesa que está em exposição no estande da DW!, na Fenearte, além da base de exposição de algumas peças. Outra tecnologia é o hiperadobe, que usa a terra do próprio terreno que é ensacada, sobreposta em camadas e compactada, oferecendo uma construção com linhas orgânicas.

As cadeiras Vazio (à esq.) e Contra, do designer Caio Lobo, estão próximas das esculturas de Iris Marcolino e Luiz Benício e do desenho de Túlio Augusto, baseado em La Ursa | Foto: Túlio Augusto
As cadeiras Vazio (à esq.) e Contra, do designer Caio Lobo, estão próximas das esculturas de Iris Marcolino e Luiz Benício e do desenho de Túlio Augusto, baseado em La Ursa | Foto: Túlio Augusto

Caio Lobo

O designer e artista Caio Lobo (@caiolobo) prefere ser chamado de artista de móveis. Suas criações combinam madeiras – que podem ser maciças ou levar laminados coloridos – em jatobá e muiracatiara, além de gombeira, roxinho, amarelo cetim e outras, aliadas a materiais que vão das chapas metálicas e vergalhões ao couro e às telas de metal. No estande da DW!, a poltrona Vazio revela a versatilidade do design, que possibilita diferentes combinações de montagem (cores e tipos de madeira, especialmente) criando uma xiloteca (biblioteca de lenhos). Outra peça exposta é a poltrona Contra.

Em primeiro plano, o busto desenvolvido pela artista Iris Marcolino. A peça traz, também, um coração aramado | Foto: Túlio Augusto
Em primeiro plano, o busto desenvolvido pela artista Iris Marcolino. A peça traz, também, um coração aramado | Foto: Túlio Augusto

Iris Marcolino

Iris Marcolino é mestre, doutora, professora, curadora e artista e cria suas obras, que muitas vezes trazem corações feitos de barro no Alto do Moura (PE), no projeto Corações de Iris (@coracoesdeiris). No estande da DW!, a peça Nascedouro traz ‘o ponto que cruza e atraca a geografia do agreste, onde tudo nasce e tudo morre no seu tempo entre natureza e divino. Tudo é tempo e contratempo. E eu sou uma forma vitoriosa do tempo’, aponta a artista; além desta, outras criações que retratam peixes, girafas e o bumba-meu-boi estão em exposição.

O cangaceiro (à dir.), do artista Luiz Benício ,traz a beleza do entalhe feito em pedaços de madeira morta | Foto: Túlio Augusto
O cangaceiro (à dir.), do artista Luiz Benício ,traz a beleza do entalhe feito em pedaços de madeira morta | Foto: Túlio Augusto

Luiz Benício

Artista e artesão, Luiz Benício (@luiz.benicio) é nascido Luiz Carlos Silva e trabalha com o entalhe de esculturas de madeira no Vale do Catimbau (PE). Santos, cactos, formigas, animais, cangaceiros e cabeças são alguns dos motes de suas obras. A madeira usada é a de reaproveitamento, seja a umburana – típica do sertão – ou a jaqueira. Algumas esculturas chegam a ter 4 metros de altura e são marcadas pelos golpes fortes. Mais de 34 países já receberam suas criações e Luiz é um dos Mestres eleitos pelo Governo de Pernambuco.

A cadeira Manta Negra é inspirada em uma espécie de arraia e tem assinatura do designer Sergio J. Matos | Foto: Túlio Augusto
A cadeira Manta Negra é inspirada em uma espécie de arraia e tem assinatura do designer Sergio J. Matos | Foto: Túlio Augusto

Sergio J. Matos + DonaFlor Mobília

O designer Sergio J. Matos (@sergiojmatos) é do interior do Mato Grosso, de uma cidade considerada ‘o portal da Amazônia’ e cursou design na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Desses dois mundos trouxe culturas que atravessam suas criações. As tramas guardam a essência de histórias e afetos. No estande da DW! PE, na Fenearte, a poltrona Manta Negra, inspirada em uma arraia gigante, é o destaque. Ela foi desenvolvida em parceria com a DonaFlor Mobília (@donaflor_mobilia).

Tapetah

A Tapetah (@tapetahoficial) mantém viva a tradição do tear manual, com um time de habilidosos tecelões, mas sempre inclui inovação em suas tapeçarias. As peças que estão expostas no estande da DW!, na Fenearte, fazem parte da Linha TM 4000 e levam trama de poliéster e urdume de polipropileno, fáceis de limpar e resistentes. Cada tapete é feito do início ao fim por um mesmo artesão, para que o trabalho seja homogêneo e único. Não há dois Tapetah iguais.

A cadeira desenhada por André Menezes é um mergulho onírico na realidade latente e faz parte da ambientação do estande da DW! | Foto: Gleyson Ramos
A cadeira desenhada por André Menezes é um mergulho onírico na realidade latente e faz parte da ambientação do estande da DW! | Foto: Gleyson Ramos

André Menezes

Artista e artesão autodidata, o pernambucano André Menezes (@andremenezesart2) cria arte a partir do lixo: quadros, esculturas e diversas outras obras têm como base os materiais recicláveis. Papelão, isopor, jornal, garrafas pet e de vidro são os mais usados. A busca é por conscientizar para um consumo mais coerente e a importância de reaproveitar e reciclar. No estande da DW! uma de suas obras mais elaboradas: a cadeira Imaginária é inspirada na criação divina e no vasto universo que nos cerca. Peixes, pássaros, astros, pessoas convidam a uma jornada onírica, que lança o olhar para além da obviedade e convida a enxergar a beleza do que está à volta.

As peças multicoloridas de “espaguete” plástico trazem um clima retrô e cheio de nostalgia ao ambiente, as cadeiras e bancos – como o da foto – são do artista Alex Marinho | Foto: Túlio Augusto
As peças multicoloridas de “espaguete” plástico trazem um clima retrô e cheio de nostalgia ao ambiente, as cadeiras e bancos – como o da foto – são do artista Alex Marinho | Foto: Túlio Augusto

Alex Marinho

Alex Marinho (@ferro_espaguete) é o artista e artesão que cria as estruturas e composições cromáticas das cadeiras espaguete, que estão em exposição no estande da DW! na Fenearte. Alex brinca com as memórias afetivas de todos nós, ao fazer cadeiras, espreguiçadeiras, namoradeiras, luminárias e outros objetos com cordas plásticas, que lembram as cadeiras de varanda da casa de nossas avós.

Vá à Fenearte e passe pelo estande da DW!

  • 23ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte)
    Quando: de 5 a 16 de julho de 2023
    Onde: Centro de Convenções de Pernambuco – Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n – Salgadinho – Olinda/ PE
    Horário: das 14h às 22h (de segunda sexta-feira); das 10h às 22h (sábado e domingo)
    Ingressos: segunda a quinta-feira – R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia); sexta, sábado e domingo – R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia) – para a Feira, no Estande da DW!, a entrada é gratuita.

 

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