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Designers em quarentena: Karol Suguikawa

Karol Suguikawa é arquiteta e designer, formada pela Universidade Estadual de Goiás e pelo Politécnico de Milão. Dedica-se à produção de design autoral com foco em gênero e com olhar muito especifico: sua condição de mulher transexual. Karol é nossa convidada para o Designers em quarentena: ciclo de entrevistas com designers de todas as áreas e breves conselhos sobre leituras, filmes, receitas e músicas a serem descobertos (ou redescobertos).

1. O que e quem te acompanha nessa quarentena?

Meu celular tem sido a minha janela pro mundo. ??

2. Um livro para mergulhar.

Estou relendo Fortuna Crítica de Sergio Rodrigues e amando muito conhecer os processos construtivos de Gerrit Rietveld no livro How to construct RIETVELD FURNITURE de Peter Drijver e Johannes Niemeijer. Outra dica bafo pra fazer uma leitura sobre design brasileiro é o Mobilinea: design de um estilo de vida (1959-1975) de Mina Warchavchik Hugerth.

3. Um filme para assistir.

Pra ver sozinha, o documentário Chair Times: A History of Seating dirigido por Heinz Bütler. A Vitra House é um lugar incrível para se visitar, um dos lugares mais maravilhosos que já conheci. Já pra ver com crush indico Eames: O Arquiteto e a Pintora (Eames: The Architect and the Painter) muito fofura. Ah! Tá saindo um mini documentário meu também, falando do método Vértice sobre design e gênero…

4. Um álbum (ou playlist) para ouvir em loop.

Eu tenho uma playlist que se chama festa nonsese lá eu coloco tudo de tudo, mas tudo mesmo! Música é energia, basta sermos sensíveis. Alguém ai notou que a Pantone só deu a notícia do Classic Blue bem depois do hit Caneta azul azul caneta? Então: É isso…

5. Uma série pra te absorver.

Não tenho visto series nesse momentinho. Mas estou curiosa pra ver Coisa mais linda (Netflix), por ser uma serie que retrata os anos 50 com lifestyle de um período tão rico em nossa história.

6. Um personagem. Uma história que te inspira.

Será que eu tô muito monotemática? Anyway: Charlotte Perriand, Eileen Gray … Também estou muito encantada pela história da Georgia Hauner, uma mulher que nasceu na Croácia, foi perseguida pelo nazismo, a família se mudou para o Brasil, depois ela foi estudar nos EUA, em seu retorno trabalhou na Moveis Artesanal, quem a entrevistou foi Sergio Rodrigues; ela teve presença forte no design brasileiro, tá tudo no livro Mobilineaa, que eu citei acima. Muita coisa mudou, mas mercado do design ainda precisa mudar: e muito, legitimar pessoas… Sou muito empática com a história da Geórgia. Eu também fiz escola fora e ainda hoje encontro as mesmas dificuldades que a Georgia encontrava nos anos 50. Ela me inspira muito! Meus manifestos de design falam gênero e empoderamento feminino. Sigo em busca de empresas/galerias que se interessem pelo tema.

7. Off-line: você larga o smartphone e o computador para….

O computador eu só pego quando o trabalho fica sério, ando resolvendo muita coisa sem ele ultimamente. E o smartphone eu largo para tomar banho… Ando sentindo sim falta dos meus, das multidões, e das baladas.

8. O que você tem mais gostado na sua casa neste período de isolamento? O que está bom e o que precisa melhorar?

Eu acabei de me mudar! Nem deu tempo de gostar ainda, estou fazendo uma reforminha que me conhecendo bem sei que só vai acabar em: nunca! Mas na minha casa a mesa é um lugar importante. E a cama também. E as decisões/reflexões/ações tomadas nesses dois lugares movem quem eu sou. Acho que muita coisa vai mudar nessa relação entre nós e a casa. Vamos estar cada vez mais conectadas. Espaços de higiene abertos, por exemplo, e o hall de entrada podem se tornar o novo hype. Eu acredito que essa linha tênue entre o público e privado entre a cidade e a casa deve enlarguecer. Novos tempos vão exigir uma faixa de transição.

9. Uma solução de design que fez diferença no seu dia a dia durante o isolamento.

Por morar sozinha minha rotina não mudou muito. Mas acredito que para uma família maior vai ser de suma importância espaços para deixar algumas roupas sapatos mascaras na entrada da casa. O mancebo contemporâneo tem que ter gavetas, e as casas que tiverem espaço podem ter uma bancada com uma cuba na entrada.

10. Algo que está fazendo muita falta e algo que não fez falta alguma durante o isolamento?

A companhia de algumas pessoas me faze muita falta… e depois pensar sobre o que não me faz falta me faz pensar em várias coisas inclusive outras pessoas. Mas sinto falta de abraçar quem eu gosto, de tocar nas pessoas. Tossir ou espirrar em público tá uó! Não tá?

 

 

Leia também a entrevista com Vanessa Queiroz, Maria Fernanda Paes de BarrosLeon Ades , Ricardo Graham Ferreira e Sergio Fahrer.

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