Há cerca de três anos que a pandemia de Covid-19 trouxe para a rotina um item antes quase exclusivo de ambientes hospitalares e do cotidiano de países como o Japão: a máscara facial.
Parte dos modelos adotados, são descartáveis e geram um problema ambiental. O Instituto Politécnico de Turim, estimou que cerca de 1 bilhão de máscaras seriam necessárias mensalmente durante a fase de reabertura somente na Itália. A WWF Italia indica que se apenas 1% desse montante fosse incorretamente descartado, seriam 40 toneladas de plástico extra na natureza. Imagine o tamanho do entrave mundial.
Mesmo com o descarte correto, a reciclagem é trabalhosa. Frente a tal cenário, designers de várias partes do mundo se debruçaram sobre a questão. Um deles, o sul-coreano Haneul Kim que desenvolveu bancos e cadeiras a partir do plástico que dá corpo às máscaras.
Os bancos de plástico fundido do projeto “Stack and Stack” (2020) podem ser azuis, brancos, rosa, pretos e multicoloridos, resultado do tipo de máscara utilizado. São milhares delas, convertidas em um material resistente e modular.
Haneul Kim também desenvolveu uma cadeira inspirada na “Wiggle Side Chair” (1968-72), de Frank Gerry: com o mesmo nome, a versão de Kim troca o papelão cartonado pela justaposição de perfis de chapas de plástico de máscaras recortados via CNC.
Com outra proposta, o designer industrial Joe Slatter, co-fundador da Design Burger, utilizou 4 mil máscaras azuis e brancas descartadas em Londres para fabricar o banquinho Veil. O Joe coletou, higienizou, separou, “penteou” e fiou as fibras plásticas que compõem a peça.
Por fim, o italiano Tobia Zambotti criou o Couch-19, um sofá recheado com máscaras descartáveis coletadas nas ruas da cidade-natal de Tobia, Pergine Valsugana. As 10 mil unidades que compõem a peça, fazem lembrar a ponta de um iceberg, que questionam sobre o tamanho da montanha de lixo que vem se acumulando e deve demorar cerca de 450 anos para se decompor.
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