O design e a arte podem ser caminhos para responder questões como “Qual o papel da sustentabilidade na transformação que fazemos hoje?” ou mesmo para pensar se é possível utilizar o saber tradicional como aliado na busca pelo novo. A by Kamy (@bykamy) traz algumas respostas – e uma delas é o maior protagonismo da sua marca mais verde, em destaque na DW! 2023.
A by Kamy Verde representa também uma mudança de endereço. Após 11 anos de participações concentradas na Alameda Gabriel, a by Kamy vai ao Centro de São Paulo e leva a exposição Elementi, marcando o primeiro voo solo da marca. A mostra com tapetes sustentáveis está em cartaz até dia 18 de março, na Galeria Zarvos.
A Coleção
Com base em elementos fundamentais – ar, água, terra, fogo, madeira e metal -, a coleção que alimenta Elementi propõe decifrar cada um deles sob o olhar da brasilidade e do design 360 graus. Os tapetes fabricados a partir de fragmentos têxteis são desenvolvidos por artistas e designers como Paulo Alves, Katia Canton, ATTOM Design, Ricardo Centurione, Kiko Maldonado, Ricardo Abreu e Henning Kunow. A by Kamy Verde preza pela circularidade e materializa a busca por uma produção (e um consumo) com mais consciência.
Água, por Kiko Maldonado e Ricardo Centurione
O diretor artístico da by Kamy Verde, Kiko Maldonado (@kikocruzmaldo), implica seu repertório artístico ao garimpar fragmentos têxteis para construir tapetes e tapeçarias sustentáveis e feitas à mão. O designer Ricardo Centurione (@brestudio), por sua vez, foca no design autoral de superfície, sobretudo geométrico, seja em azulejaria contemporânea ou na tapeçaria, a qual se dedica no galpão da by Kamy Verde. Lá, Ricardo cria peças únicas também a partir de fragmentos de tapetes, firmando o conceito de design sustentável da marca.
Kiko assina o tapete Odoyá (3×2 m) (foto de abertura), inspirado na água que inunda o dentro-fora de nós, nutrindo e equilibrando tudo o que a existência é e produz. Na peça, o elemento toma a forma da mãe das águas, Iemanjá, ao representar a geração e a continuidade da vida. Já Ricardo busca nos Lençóis Maranhenses e suas lagoas com águas cristalinas e de coloração exuberante o ponto de partida para criar o tapete Águas do Maranhão (2,4×1,4 m).
Ar, por Paulo Alves
O pensamento de Lina Bo Bardi foi determinante para consolidar o trabalho do designer Paulo Alves (@pauloalvesdesign), que resgatou os saberes populares em seu próprio fazer e colocou os elementos naturais como protagonistas. Com o elemento Ar em referência, a coleção Tesouros do Brasil se faz dentro de Elementi e homenageia a natureza brasileira. Especialmente as aves – araras, tucanos, marrecas, tangarás e papagaios – e também a jiboia. A fauna das florestas nativas é representada em um trabalho minucioso de recortes e encaixes com curvas sinuosas.
Fogo, por Henning Kunow
O alemão Henning Kunow (@henningkunow) é um artista completo que vem transformando suas impressões sobre o Brasil em vibrantes coleções de tapetes e tapeçarias com a by Kamy. O designer assina o tapete Alegria de Viver (2,3×1,4 m) onde chamas quentes e coloridas dão forma à fogueira da vida, inspirada pela obra fauvista de Henri Matisse La Joie de Vivre (1905-1906).
Terra, por Katia Canton
A arte e as tapeçarias de Katia Canton (@katia_canton_arteseescritos) abordam a busca da cura. E aqui ela está na relação com os ensinamentos de povos tradicionais e originários. Das plantas, da natureza, das raízes, das tinturas, dos chás e das matérias-primas que vêm da floresta e da interação entre as pessoas. Assim como Paulo Alves, Kátia cria uma coleção dentro da coleção: Cura se divide na série Cura pelo Amor, composta por tapetes maiores, baseados em trechos de grandes poemas de amor assinados por Baudelaire, Jacques Prévert, Fernando Pessoa e Anne Sexton; e em versões menores com desenhos que falam da floresta e seus elementos como lugar de cura.
Madeira, por Carlos e Diego Motta, da ATTOM Design
Carlos e Diego Motta, artistas à frente do estúdio ATTOM Design (@attomdesign), desenvolvem objetos utilitários a partir de madeira certificada. O que os leva a um trabalho com comunidades amazônicas na coleta e manuseio deste elemento. Do entrelaçamento do conceito de reuso e sustentabilidade de ambas as marcas surgem os tapetes Líquens e Musgos. A premissa usada é o biomimetismo das formas orgânicas e da coloração, inspiradas por um extenso estudo do meio ambiente e das suas vidas orgânicas microscópicas.
Metal, por Ricardo Abreu
O arquiteto Ricardo Abreu (@ricardoabreuarquiteto) organiza habilmente cores e formas para criar uma atmosfera harmônica e viva no ambiente. Essa sutileza contrasta e abranda o tema Metal, frio e duro, que lhe coube. As criações Nova Augusta e Dom Pedro expandem a coleção Urbano, série exclusiva de seis tapetes confeccionados a partir da interpretação de recortes da cidade de São Paulo. O metal é visto na imensidão arquitetônica da metrópole e pede mais conexões verdes.
Para conhecer as peças de perto, não deixe de conferir a exposição Elementi até 18 de março, no Conjunto Zarvos – Galeria 28 e 29 – Piso 1. O edifício modernista da década de 1950 fica na Avenida São Luís, 258, na República. A mostra gratuita está aberta nos dias úteis, das 10h às 19h e, no sábado, das 10h às 15h. Após a DW!, o endereço vai se converter, até 26 de março, em uma loja pop-up para comercializar as peças e soluções da by Kamy Verde.
Para mais conteúdo sobre a programação da DW! 2023, leia também a seção Acontece, aqui no site. Para notícias fresquinhas do universo do design, assine nossa newsletter.