Seiva é uma força criadora que irriga, nutre e desenvolve organismos vivos – inclusive as cidades. Este é o ponto de partida do movimento Seiva e Cidade, pensado pela Somauma para sua participação na DW! Semana de Design de São Paulo, de 14 e 24 de março. Para conectar e ativar cinco endereços importantes do Centro da cidade de São Paulo, o movimento trouxe as mais variadas expressões de arte, design, arquitetura, paisagismo e moda, além de conversas e outras experiências. Atividades que unem pessoas e edificações, provocando novas perspectivas do espaço urbano.
O tronco do movimento Seiva e Cidade é o Edifício Misericórdia, localizado no Largo da Misericórdia, 20, no epicentro histórico de São Paulo. Ainda que próximo a locais emblemáticos da cidade – como Casa de Francisca, Edifício Triângulo e o Centro Cultural Banco do Brasil -, o edifício não era evidente na paisagem arquitetônica da cidade até então.
Agora, durante a DW! SP 2024, seus 9 andares despertam com exposições de arte, design, moda, ateliês, feiras, espaço para palestras e debates, programação musical, realização de performances, café e bar.
Confira abaixo a programação geral:
9º e 8º andares | Exposição Misericórdia e Algazarra, curadoria Felipe Morozini: reflete sobre a importância da história da formação das cidades e discute como a invisibilização de fatos históricos e da arquitetura interfere em nossa existência
7º andar | Jardim de Absurdos por Gengibrão: Entre exposição e loja pop up, com o trabalho de jovens artistas que produzem de cerâmicas utilitárias até esculturas e móveis autorais
6º andar | Feira Preta por Bia Vianna: versão compacta do maior coletivo de cultura e empreendedorismo negro da América Latina, das áreas de moda, papelaria, acessórios, bolsas, entre outros.
5º andar | Porto.co, com criação de novos ecossistemas de design exploratório e estratégico para uma mudança comportamental mais sustentável em nossa sociedade; o andar também abriga a instalação 60 em 5 por Paulo Biacchi, que construiu uma plateia de 60 assentos em 5 dias utilizando material de descarte das obras do Edifício Misericórdia e Edifício Virginia
4º andar | Passagem por Colletivo Design: instalação Ao Pé da Letra, que expressa uma mudança de espaço, de estado, de vida
3º andar | Mauricio Arruda + Fetiche um convite a parar e viver o presente em um ambiente projetado por Maurício Arruda & FETICHE®️, de Carol Armellini e Paulo Biacchi, para proporcionar uma experiência sensorial e lúdica; o andar também abriga o Coletivo Coletores, que realiza projeções nas paredes internas do Edifício Misericórdia e também nas empenas (laterais) dos prédios vizinhos.
2º andar | SomosTudoIssoMesmo por Estúdio Vértices: curadoria de artes, estúdio de tattoo e uma loja com as criações de Mônica Rodrigues Fernandes, Mozart Fernandes e outros artistas. Também haverá lançamentos de livros, discos, exposições, cursos e rodas de conversa
1º andar | Café e Bar com Paisagismo de Carla Oldemburg: espaço de café, bebidas, comidinhas e vista para a cidade a partir da marquise do Edifício Misericórdia. Todos os dias, a partir das 18h, tem som na caixa com DJs.
Por quê Misericórdia e Algazarra?
Entre os destaques, a mostra Misericórdia e Algazarra, com curadoria de Felipe Morozini, sobressai pela investigação e pelo mergulho na história do Largo da Misericórdia. Especialmente do ponto de referência era o Chafariz da Misericórdia, o primeiro sistema de abastecimento gratuito de São Paulo. Ficava em frente à igreja e era espaço de encontro, especialmente de pessoas escravizadas incumbidas de buscar água para seus senhores – posteriormente demolido devido à “algazarra” que causava.
O chafariz é de autoria de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas. Escravizado até os 58 anos de idade, Tebas executou obras emblemáticas do Brasil Colonial e se consolidou como um dos maiores arquitetos brasileiros do século 18. Essa história invisibilizada é recuperada na instalação de Morozini.
Outra curiosidade sobre o lugar, recuperada na pesquisa de Morozini, é o fato de o Largo ter esse nome graças à Igreja da Misericórdia, construída no século 16 e demolida no século 19 para dar espaço a um quiosque que, décadas mais tarde, também viria abaixo. O Edifício Misericórdia foi construído em 1977 e considerado um dos últimos grandes edifícios do Centro Histórico, no local antes ocupado por um palacete.
Outros quatro espaços do Centro recebem eventos
Seiva e Cidade conecta outros quatro endereços no Centro de São Paulo, reunindo uma diversidade de atrações e pontos de vista sobre a cidade, a arquitetura, a história e o design. Uma cartografia de ocupações que revalorizam alguns dos lugares mais interessantes da região.
Edifício Martinelli
Rua Líbero Badaró, 504 | Centro Histórico
O Martinelli abre as portas do icônico edifício para celebrar os 100 anos do início de sua construção, com visitas guiadas ao mirante do 26º andar. A Feira na Rosenbaum, a exposição do A Gente Transforma e a Cidade do Futuro ocupam o 25º andar e o térreo.
Edifício Virgínia
Rua Martins Fontes, 197
Se você esteve no Virginia durante a DW! SP 2023, vai se interessar por esta novidade: a incrível transformação do prédio já começou! Quem tem curiosidade sobre o futuro do edifício pode participar de visitas guiadas.
Casa Somauma
Av. São Luís, 84
O espaço de vivências e experiências da Somauma e plantão de vendas do Virginia pode ser um lugar de respiro no trajeto, com cafés, comidinhas e drinks. A Casa também recebe a exposição José Augusto Bellucci: a descoberta de um gênio.
Espaço República
Av. São Luís, 86
O 14º andar do prédio assinado pelo arquiteto Oswaldo Bratke recebe a Tato Coletivo para a mostra Confluências. Em sua primeira exposição, o coletivo reúne 25 artistas e designers com obras de diferentes linguagens e referências, para recolocar a antiga questão: o que diferencia a arte do design?
Misericórdia e Algazarra
Largo da Misericórdia, 20 – Centro Histórico de São Paulo/SP
Programação gratuita e aberta ao público de 14 a 24 de março
Segunda a sábado, das 12h às 22h; domingos, das 12h às 20h
Agenda completa Seiva e Cidade, acesse aqui.
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