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CONHEÇA OS CURADORES DA DW! 2021: RIC PERUCHI

Em sua 10ª edição, a DW! Semana de Design de São Paulo reúne  um mix de atividades em formatos híbridos, digitais, presenciais outdoor e presenciais indoor.

E para ajudar estúdios de design, lojistas, indústrias, instituições de ensino e outros parceiros a construir sua história na DW!, convidamos Ric Peruchi e Lúcia Gurovitz para compor a curadoria do festival. Isso significa um festival com mais conteúdo, mais experiências, mais surpresas e boas narrativas.

Ric Peruchi é designer de conteúdos e experiências voltados aos mais diversos formatos – de publicações a produtos audiovisuais 360º, de exposições a eventos, passando pela criação de marcas e narrativas. Jornalista pela ECA-USP, cursou o programa de pós-graduação interunidades em Estética e História da Arte na mesma universidade. 

Também desenvolveu projetos para Campus Party, Bienal Internacional do Livro de São Paulo, Museu da Casa Brasileira (MCB), SESC, Centro Cultural Renato Russo (DF), Centro Cultural São Paulo (CCSP) e FLIPF – Festa Literária Internacional de Praia do Forte (BA) e Bienal do Livro de Curitiba (PR).

Uma curiosidade: Ric participa da DW! desde a primeira edição, à frente das ações do IED – Istituto Europeo di Design no festival.

Conversamos com Ric sobre o papel do curador, a importância e o crescimento do DW! ao longo dos anos, possibilidades para as próximas edições e muitos outros assuntos. Confira!

 

Este ano você foi convidado para ser um dos curadores do festival, mas participa do DW! desde o início. Conta um pouco sobre essas ações ao longo dos anos.

No início, o DW! era muito voltado para mobiliários – o que refletia, claro, o conceito de design da atualidade. Com o tempo, a Semana de Design de São Paulo foi ampliando suas ações. Só de eventos, já concebi e organizei mais de 200 deles desde a primeira edição do festival. Planejei desde mesas redondas, workshops, exposições, encontros, passeios, intervenções até festas para 1000 pessoas. Também criei o Food Design Week, que já está indo para sua 7ª edição. Sempre com a intenção de expandir o festival para além da temática home design.

 

Qual o papel do curador na DW! Semana de Design de São Paulo?

O curador deve apoiar e acolher a participação das marcas. É como ajustar a lente e potencializar iniciativas. Dar indicativas, esclarecer dúvidas, ajudar a criar narrativas que comuniquem o que a empresa precisa. É importante, para isso, entender o que cada uma delas quer contar para o visitante: trata-se de falar de sustentabilidade, está querendo atingir um novo público, a ideia é apresentar lançamentos, vai participar de um circuito, enfim, quais ações e como imaginam executar. Acredito que, com estas informações em mãos, o curador deve ter olhar atento para os movimentos da marca e, assim, propor amarrações para além das questões comerciais. 

 

Esta é a 10ª edição do festival. O que a data comemorativa representa para você? 

Para mim, pessoalmente, chegar a uma década de participação é algo extremamente especial. Para o festival acredito que este ano se tornará um marco da retomada que o mundo está vivendo. É claro que não dá para dizer que estamos num momento pós-pandemia. De jeito nenhum! Mas representa uma abertura de janelas e portas, depois de quase dois anos de restrições extremas. O festival reflete a atualidade, moldada pela pandemia.

 

Ação de comemoração dos 50 anos do IED durante a DW! 2017

 

E você acha que isso tem uma relação direta com o design? 

Com certeza. O design é um aliado de grandes mudanças, justamente por ajudar a solucioná-las. A prática do home office, por exemplo, gerou comportamentos diferentes dos que até então faziam parte do nosso dia a dia e, com isso, a casa mudou. Tanto o fato das pessoas ficarem mais em suas residências como a questão da dinâmica diária ter se transformado, fez com que as necessidades e desejos das pessoas em suas casas exigissem novas demandas do design. Isso é só um detalhe dentro de tantas outras readaptações que, acredito, ainda vamos passar. Porque, é fato, não vamos mais voltar ao que éramos! Algumas mudanças, como a presença do mundo on-line e mais ferramentas tecnológicas inseridas na nossa vida, são irreversíveis. 

 

Acredita que as marcas vão se posicionar no DW! de forma diferente diante de tantas mudanças da atualidade? 

Se não vão, deveriam. Para mim agora é a hora da verdade. As empresas precisam entender o que esse consumidor, que está passando por tantas adaptações na vida, está buscando. Será que estamos dialogando com o momento atual? Será que o que produzíamos até então ainda faz sentido? Será que as transformações que ocorreram estão pedindo novas abordagens nas nossas apresentações? Estes são alguns questionamentos que, ao meu ver, deveriam ser naturais para as empresas alcançarem o resultado desejado. 

 

Qual a importância do DW! e representatividade se comparado a outros eventos de design? 

O DW! já é o maior festival de design da América Latina e considerado o quinto mais importante do mundo. O festival foi se transformando ao mesmo tempo que o design crescia. Considero o evento um catalizador de todas as questões contemporâneas relacionadas ao mundo do design. É uma arena que coloca em discussão múltiplos temas. O festival é uma parada obrigatória, um momento de celebração, atualização e projeção do design. Comparo a um conjunto de museus, caso pudessem, juntos, transmitir uma avalanche de estímulos capazes de alimentar e provocar culturalmente o público. 

 

E sobre o que essa representatividade gera no público visitante do DW! 

No começo o designer fazia design para o próprio designer [rsrsrs]. Mas isso mudou e, atualmente, a ampliação do público vem se superando a cada ano. O festival, assim como importantes outros eventos, começou a fazer parte do calendário da cidade de São Paulo. Não é à toa que vem gente do Brasil todo acompanhar a semana. Ganhamos muitos novos consumidores do DW!, que, muito além de interesses apenas comerciais, valorizam o design como experiência de vida. 

 

Há algo que não acontece no DW! e você acha que deveria ocorrer? 

A presença de marcas internacionais. Acredito que elas precisam descobrir a importância de fazer a primeira aparição no festival. 

 

Você considera que há ainda mais vertentes do design a serem abordadas no festival nas próximas edições? 

Com certeza há muitos outros objetos de discussão que tendem a crescer no universo do design e, consequentemente, nas edições futuras do festival. Entre eles: o design inclusivo, mercado de pets, sustentabilidade, design urbano, mercado digital, o design para diversidade, design biofílico e muitos outros. Estes dois últimos, inclusive, ainda são muito pouco explorados. O biofílico, que tem a função de criar ambientes naturais e trazê-los aos espaços construídos pelo homem a fim de melhorar a saúde e o bem-estar. E o para a diversidade, quase inexistente, por exemplo, no mercado de mobiliário, que praticamente enxerga o usuário com um único padrão (de 70 quilos e 1,75 m). Quando, além de diferentes tipos de corpos, o ser humano carrega inúmeras outras diferenças que deveriam ser consideradas não só no âmbito social, mas também na construção do design.  

 

Anote na agenda: a DW! Semana de Design de São Paulo acontece de 03 a 10 de outubro. Acompanhe-nos pelo Instagram e fique por dentro das novidades: @designweekendsp. Leia também a entrevista com Lúcia Gurovitz. 

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