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CONHEÇA OS CURADORES DA DW! 2021: LÚCIA GUROVITZ

Em sua 10ª edição, a DW! Semana de Design de São Paulo reúne um mix de atividades em formatos híbridos, digitais, presenciais outdoor e presenciais indoor. 

E para ajudar estúdios de design, lojistas, indústrias, instituições de ensino e outros parceiros a construir sua história no festival, convidamos Ric Peruchi e Lúcia Gurovitz para compor a curadoria do evento. Isso significa um festival com mais conteúdo, mais experiências, mais surpresas e boas narrativas.

Lúcia Gurovitz é jornalista e se especializou no segmento de design, arquitetura e decoração. Trabalhou durante 21 anos na Unidade Casa da Editora Abril, sete dos quais como redatora-chefe da revista Casa Claudia. Participou da cobertura de grandes eventos ligados a esses temas, como CASACOR, ExpoRevestir e Semana de Design de Milão e entrevistou grandes nomes do design nacional e internacional. Formada há 25 anos pela ECA-USP, cursou o programa de pós-graduação em Design Estratégico e Inovação pelo IED-SP. Viu o DW! nascer, participou de perto desde a sua primeira edição e vem acompanhando sua projeção no panorama paulistano. 

Conversamos com Lúcia sobre o papel do curador, qual o sentido do design nesse período socioeconômico tão conturbado, quais as contribuições que o DW! deixa para a cidade, para o mercado e os visitantes e muitos outros assuntos. Confira! 

 

É seu terceiro ano consecutivo como curadora da DW! Semana de Design de São Paulo. O que você entende que mudou na maneira de exercer esse papel no decorrer desses anos? 

Em 2019, além de todas as reuniões com a equipe DW! serem presenciais, o curador tinha um contato mais material com o design. A gente via o processo todo se desenvolvendo: ia no depósito e acompanhava a produção das peças. No ano passado foi um baque. As reuniões foram todas virtuais e ainda de forma meio constrangida, já que ainda não tínhamos tanta familiaridade com as ferramentas virtuais. Este ano, se por um lado estamos bem mais à vontade com a tecnologia, por outro, assim como no ano passado, não temos quase contato físico com os produtos e instalações. Isso exige do curador um exercício de imaginação maior, para que possa visualizar e sugerir melhores amarrações para o será apresentado sem que tenha tido essa relação mais material com o objeto de design em questão.    

 

Algumas pessoas acham que o seu papel é fazer a curadoria das marcas. Isso está correto?

De maneira nenhuma. Eu jamais vou propor uma alteração num processo de produção de algum produto da coleção, por exemplo. Eu gosto de enfatizar que minha responsabilidade é traçar a curadoria do conteúdo do DW!. O objetivo é prestar uma consultoria para as marcas a fim de tornar as ações das mesmas mais interessantes. Ou seja, é fundamental ouvir o que cada uma delas está pensando em executar, saber o que desejam contar para o público, quais os lançamentos, de que maneira está querendo expor seus produtos para, só então, de forma respeitosa e fiel à ideia da empresa, sugerir melhorias, alinhavos e ajustes com a intenção de amarrar o pensamento criativo. O principal na nossa função é ajudar com que a narrativa da marca seja coerente para que o visitante tenha total entendimento do conceito definido para a ação.  

 

Acontece da empresa chegar até o curador, sem rumo algum?

Atualmente, não. Quando o DW! começou, sei que isso era muito comum. Hoje em dia as marcas costumam saber o que querem. Algumas exigem do curador um envolvimento maior, com mais sugestões sobre a maneira de arrematar as ações, mas outras estão com quase tudo definido. Entre as nossas contribuições, podemos sugerir um texto introdutório, um miniperfil dos designers que desenvolveram a coleção, um vídeo complementar, um tour virtual, identificações nas peças e muitas outras coisas. Nosso envolvimento muda muito de caso para caso. Ano passado, por exemplo, uma das empresas estava com seu projeto tão redondo, que sugeri apenas o tempo ideal para os artistas apresentarem seus projetos na vernissage virtual que teria e qual a lembrancinha ideal para acompanhar um convite vip que iriam divulgar.

 

Essa relação mais próxima com a tecnologia que você citou que vem se transformando também influenciou a forma das marcas e dos designers de apresentarem seus trabalhos? 

Na minha opinião, mudou a relação de todos se relacionarem com o virtual. No início das lives, por exemplo, as pessoas ligavam a câmera e saiam falando. Hoje elas traçam um roteiro, têm um propósito para aquela live, têm pauta, estudam o tema. No início da Semana de Design de Milão, aconteceu algo impensável tempos atrás. O próprio Philippe Starck exerceu um papel de influencer e, a fim de atrair a atenção das marcas que acreditam no trabalho dele, colocou a mão na massa e postou diversos conteúdos na sua página. Isso indica que resolveu assumir um papel de alguém que é capaz de estimular o mercado e, claro, está disposto a encarar uma retomada.  

 

Esta é a 10ª edição do festival. O que a data comemorativa representa para você?

Uma vitória. Apesar da necessidade de mantermos os protocolos de segurança ainda ser fundamental, acredito que o avanço da vacinação nos dá um sentido de retomada. Estamos num momento um pouco mais tranquilo, em que nos sentimos menos temerários. Ano passado, muitas marcas seguraram seus lançamentos. Além disso, quase todas as ações foram outdoor ou on-line. Este ano vamos conseguir expandir o formato das atividades. As marcas estão acreditando em lançamentos. É hora de colocar os produtos na rua, no sol. Acredito que seja um momento de renascimento e de otimismo. E nada melhor que comemorar 10 anos do festival com essa intenção de fomentar o mercado. 

 

Para você, qual o sentido do design nesse período socioeconômico tão conturbado?

Design é projetar o futuro e proporcionar sonhos. E neste momento o que estamos mais precisando para sair desse looping de notícias ruins é poder olhar para um lugar onde as coisas vão ser melhores. O design indica caminhos mais felizes: uma cidade melhor, maior flexibilidade dos espaços, casas mais habitáveis, móveis mais confortáveis, uma qualidade de vida melhor, maior bem-estar em diversos âmbitos… E o DW! é uma oportunidade de encontrar tudo isso!   

 

Quais são os legados que um evento como a DW! Semana de Design de São Paulo podem deixar para a cidade? 

Acredito que o maior legado seja o estímulo à cultura do design. Assim como a virada cultural, a virada sustentável, o DW! já virou um marco na programação cultural de São Paulo. Totalmente aberto e acessível à população, muda a cara da cidade, gera novas discussões, estimula a participação. Isso tudo traz um novo cenário para a cidade. 

 

E o DW! em relação às marcas e aos designers, contribui com que? 

Com a valorização do mercado, de uma forma geral. Inclusive, como envolve instituições de ensino, o festival enaltece não só o design e os designers, como os jovens estudantes da área. Faz com que estes percebam a importância e a função na sociedade da profissão que escolheram. As marcas, por sua vez, passam a enxergar o designer como um dos valores agregados à empresa. Todas querem um design assinado porque querem estar bem colocadas no mercado. Passaram a entender que isso traz projeção, mídia, status, qualidade, beleza. Tudo isso associado a produtos bem pensados, que funcionam bem.  

 

O visitante também ganha, em que medida? 

Além do estímulo à cultura, que considero o principal ganho, o DW! tem mostrado ao usuário ao longo dos anos a evolução do mercado e a melhoria dos serviços. 

 

Qual o seu conselho para o público? 

Aproveitar todos os canais do DW! para montar a própria agenda. Acessar com antecedência toda a programação para escolher de quais ações gostaria de participar e ter o mapa em mãos facilita muito as escolhas.

Anote na agenda: a DW! Semana de Design de São Paulo acontece de 03 a 10 de outubro. Acompanhe-nos pelo Instagram e fique por dentro das novidades: @designweekendsp. Leia também a entrevista com Ric Peruchi.

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