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Paris Design Week: mostra Collector’s House destaca 21 artistas e designers brasileiros

O design e a arte feitos no Brasil têm lugar na Paris Design Week, que acontece de forma paralela a Maison&Objet, em uma exposição realizada pela consultoria em arte Bref, Design Art em parceria com a galeria Herança Cultural.

Collector’s House – uma curadoria de peças colecionáveis de arte e design brasileiros – fica em cartaz de 6 a 10 de setembro na Rue du Faubourg Saint-Honore, um endereço conhecido pela concentração de lojas de luxo, embaixadas e o Palácio do Eliseu, residência oficial da Presidência Francesa.

São 21 nomes no total, alguns representados pela Herança Cultural, que trazem um mix de arte, design e, sobretudo, uma visão contemporânea e diversificada sobre o trabalho criativo brasileiro. Vem com a DW! e conheça nossos representantes em Paris.

 

Feito com o capim-dourado, o pendente Bruta – para a Itens – mescla artesania e elementos industriais | Foto: Divulgação

Ana Neute para Itens

A arquiteta Ana Neute abriu seu estúdio de design em 2012 e passou a desenvolver peças autorais, instalações e projetos em parceria com diversas marcas brasileiras. Seu trabalho busca dialogar com diferentes materiais e técnicas, tanto nas dimensões artesanais quanto industriais. Com uma extensa linha de luminárias para a marca Itens, da qual a série Bruta (foto) faz parte, a partir de 2019 passa a produzir mobiliário e a explorar novos formatos e usos.

A série de fotos analógicas Alex é uma das produções que derivaram da vivência de Bianca sob a tempestade homônima na França, em 2020 | Foto: Divulgação

Bianca Dacosta

A artista plástica Bianca Dacosta fez seu mestrado em cenografia na Ensad em Paris e, hoje, segue o programa de produção do Le Fresnoy – Studio National des Arts Contemporains. Ela trabalha com as noções de memória e recursos naturais sob os vieses político, pós-colonial e anti-extrativista. Fotografias, instalações, performances, esculturas e filmes são os meios escolhidos para expressar sua cartografia subjetiva.

Bianca Kimberly trabalha com tinta acrílica e outros elementos sobre madeira | Fotos: Reprodução @biancakimberly.art

Bianca Kimberly

Brasileira vivendo na França, a artista plástica Bianca Kimberly trabalha, em especial, com tinta acrílica sobre madeira. O elemento-chave de seu fazer – que, por vezes, faz lembrar imagens telescópicas do universo ou veios de madeira – é a procura por compreender e destacar a beleza e a complexidade com que o orgânico se organiza.

A mesa de jantar Ilidio, de Sergio Rodrigues, data dos anos 1960 e é uma das peças da galeria Brazil Modernist | Foto: Divulgação

Brazil Modernist

Criada em 2021 por Caroliny Pereira e Vladimir Igrosanac, a galeria Brazil Modernist reúne obras de arte e design focadas no Modernismo Brasileiro e criações indígenas contemporâneas dos povos nativos da Amazônia e de outras regiões do Brasil. Para a mostra na Paris Design Week, leva peças pertencentes à história nacional e impressões criativas desse tempo em histórias e traços singulares como os de Joaquim Tenreiro, Carlo Hauner e Sergio Rodrigues, entre outros.

Joalheria poética e objetos-joia que trazem a beleza de objetos cotidianos são o mote do designer Gabriel Dalzotto | Fotos: Reprodução @dztobjetos

DZT

Meio joia, meio decoração. Essa é a forma encontrada pelo joalheiro Gabriel Dalzotto para definir o braço do Studio Dalzotto que vai além das joias para adornar o corpo: o DZT Objetos cria pequenas belezas para casa, através de poéticas que misturam delicadeza e o cotidiano das coisas simples em metal, madeira e cerâmica.

As peças do Mais Alma se inspiram em criações de artistas como Tarsila do Amaral, em sua obra Distância (1928) | Fotos: Reprodução @estudiomaisalma

Estúdio Mais Alma

As arquitetas Gabriela Campos e Alina Xavier se uniram no Estúdio Mais Alma para alçar um movimento em direção ao autêntico e ao único, orientado pela apreciação e pluralidade do mundo da arte e da natureza. Radicado no Rio de Janeiro, o estúdio se pauta em uma estética confortável e atemporal, que combina materiais quentes e linhas geométricas em uma paleta suave e com detalhamento cuidadoso.

A artista Fernanda Froes volta seu olhar para os patrimônios natural e cultural das Américas, como na série Ibirapitanga (2023) | Foto: Divulgação

Fernanda Froes

A artista plástica Fernanda Froes vive e trabalha em Miami (EUA) desde 2017. Designer de formação, fez um mestrado no Miami Art Institut que alterou sua rota profissional. Desde então, seu trabalho passa a tratar das conexões entre ecologia e colonização, enquanto enfatiza a preservação dos patrimônios natural e cultural das Américas. O desenho se desdobra em diversas mídias, abrangendo pintura, arte têxtil, gravura, texto e ilustração.

A Gileno Design trabalha com cristais em têmpera com 1.500º C e detalhes que podem levar três dias de dedicação | Fotos: Reprodução @gdcristais

Gileno Design

O refinamento das técnicas de sopro desenvolvidas em Murano, Itália, são aplicadas aos cristais da Gileno Design. Há mais de 20 anos no mercado, é atualmente uma das maiores empresas de decoração artesanal do Brasil, com criações exclusivas em cristal de alta qualidade que podem levar, inclusive, ouro 24k. Dependendo do detalhamento do objeto, são até três dias de dedicação.

Ju Amora é conhecida por suas banquetas decoradas, mas também trabalha com outros objetos | Fotos: Reprodução @ajuamora

Ju Amora

Juliana Amorim – ou Ju Amora – se dedica à arte desde 2012, produzindo belezas e transformando objetos do dia-a-dia em peças únicas, em especial suas conhecidas banquetas. Seu trabalho fala sobre possibilidades, têm inspiração botânica, bem como as artes regionais e as estampas da década de 1970. Além das banquetas, vasos e outros objetos entram no escopo do trabalho da artista, que também ensina seu fazer em aulas digitais e presenciais.

As obras Anti-bandeira (2023) e Entremeios (2021), do Lâmina, tratam de política e liberdade | Fotos: Reprodução @lamina_arte

Lâmina

O duo de artistas Gabriela De Laurentiis e João Mascaro criou o Lâmina, uma experiência de arte que se formou a partir das manifestações políticas de 2013 no País. A dupla se debruça sobre o material imagético produzido à época, explora e estuda as camadas que permeiam a liberdade de expressão e a repressão do estado. Se utilizando de diferentes suportes – que contam com elementos fotográficos, fílmicos, sonoros, de design e arquitetônicos – criam instalações e obras provocativas.

Paisagens que lembram um Brasil pré-colonial são o tema das pinturas da artista plástica Lelli de Orleans e Bragança | Foto: Reprodução @ lelliobraganca

Lelli de Orleans e Bragança

Maria Gabriela Doroteia Isabel Josefa Miguela Rafaela Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach é o nome completo da artista plástica Lelli de Orleans e Bragança, que faz parte da família real brasileira. Lelli pinta paisagens e dá a elas o aspecto tridimensional através da técnica trompe-l’oeil, que cria ilusões de ótica por meio da perspectiva.

Lyz Parayzo cria com metais, que lembram serras, a exemplo da escultura Bandeira #2 | Foto: Reprodução @parayzo

Lyz Parayzo

A artista plástica Lyz Parayzo se dedica à escultura como forma de expressão, mas não esquece da performance, da joalheria e das experiências audiovisuais. Lyz fez mestrado na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, em Paris, e já expôs em vários lugares importantes como o MASP e os institutos Tomie Ohtake e Moreira Salles, entre outros. Trans e não-binárie, usa seu corpo como suporte de sua produção e plataforma de pesquisa para assuntos como a dicotomia sexo-gênero na sociedade e o desafio de estruturas sociais como o patriarcado e o colonialismo.

O trabalho de Nina Dwin se desenvolve em diversos suportes | Foto: Divulgação

Nina Dwin

A artista Giannina Coppiano Dwin – ou Nina Dwin – vive e trabalha na Flórida (EUA) e se dedica à arte em diferentes plataformas, como a escultura, a cerâmica, a fotografia, as instalações e performances e o vídeo, além da curadoria. Entre seus trabalhos estão artes públicas desenvolvidas para o prêmio Visionary Women Award da Office Depot e uma escultura para a Biblioteca Principal de Broward County, em Fort Lauderdale. Nina expressa em seu trabalho o desejo de transformar materiais simples em símbolos das necessidades básicas da vida. São rituais ou metáforas que colocam em jogo desde a estética formal até a impermanência da condição humana.

O tema indefere, a gestualidade e as cores contagiantes são a assinatura da artista Paula Scavazzini | Fotos: Reprodução @paula.scavazzini

Paula Scavazzini

A artista plástica Paula Scavazzini trabalha com pinturas que passam pelos retratos, pinturas-objetos e instalações marcados pela gestualidade, as cores vibrantes e em cenários de encantamento e um certo lirismo. Como experiências marcantes, estão duas residências artísticas, uma em Paris e outra em Lisboa.

Latão, prata, pedra sabão e outras gemas são usadas nas criações de Raphaela Gazire | Fotos: Reprodução @hwishdecor

Raphaela Gazire, Home Wish Décor

A advogada por formação Raphaela Gazire tornou-se designer por vocação e fundou, em 2018, a Home Wish. O estúdio trabalha com peças para mesa posta e decoração focadas em um olhar que resvala a arte e as matérias-primas moldadas artesanalmente, resultando em peças únicas. Entre os elementos usados estão prata, latão, pedras brasileiras e vidro, tornando as composições reais.

Obra de arte pública produzida pela artista plástica Regina Silveira em Havana, Cuba, em 2000 | Foto: Divulgação

Regina Silveira

A artista plástica, professora e PhD em artes pela USP – Universidade de São Paulo, Regina Silveira tem em seu extenso currículo participações em bienais e exposições mundo afora – de São Paulo a Setouchi, no Japão –, bem como prêmios e trabalhos em coleções permanentes. Vídeos, arte sobre papel, instalações e arte pública (como a da foto) são algumas das plataformas acionadas em seus trabalhos na esfera contemporânea, que brincam com palavras, objetos e a vida cotidiana.

Poltronas Sagaço e Bruta, ambas da coleção Bruta, para a Galeria Herança Cultural | Fotos: Reprodução @ronald_sasson__

Ronald Sasson

O artista plástico Ronald Sasson é um designer autodidata. Sua formação em artes plásticas possibilitou a aplicação assertiva das cores em suas criações, revelando pesos precisos para o impacto visual das peças. A experiência em viver na Europa e Oriente Médio trouxe a sinuosidade minimalista do design nórdico e as cores mediterrâneas ao seu desenho, em peças utilizam materiais como madeira, pedras naturais, couro e tecidos.

Linho francês e látex amazônico estão nos produtos da casa Sabiá, que se inspira na natureza e na cultura brasileiras | Fotos: Reprodução sabia_brazilian_design

Sabiá

Uma casa de design têxtil brasileira com música, cores e sensações trazidas pela cultura, jeito e memória nacionais, na França. A Sabiá quer estar em harmonia com o mundo em que vivemos, através de materiais naturais e biodegradáveis e que vêm de fontes renováveis. Seu carro-chefe é o linho produzido na França e que é trabalhado por mão-de-obra local, além das parcerias com artesãos e artistas brasileiros, a exemplo da designer Clarisse Romeiro.

Objetos de poder (e arte) e itens de decoração da Oiamo têm a lã e o saber ancestral como elementos fundamentais | Fotos: Reprodução @oiamodesign

Tiago Braga, Oiamo Design

O ateliê Oiamo Design, do designer Tiago Braga, existe desde 2019 e tem como foco mapear e revitalizar a memória das comunidades originárias do extremo sul brasileiro, resgatando técnicas ancestrais e preservando as tradições da lã artesanal gaúcha. Em Paris, os destaques são o banco Achego e a luminária Hornero, desenvolvidos em parceria com o coletivo de artesãs da Associação Ladrilã para o Projeto Raiz.

Itens do cotidiano são usados por Valéria Montag em suas obras | Fotos: @montagvaleria

Valéria Montag

Valéria Montag é artista plástica e designer e tem uma marca de moda, chamada Rouparia Montag, com mais de três décadas de existência. Radicada nos Estados Unidos, trabalha com arte contemporânea: fotografias, textos, instalações e objetos são alguns dos suportes e técnicas presentes em suas obras.

Móveis, obras de arte e objetos de decoração monocromáticos e orgânicos são a marca de Vivi Rosa | Fotos: Reprodução vivirosa___

Vivi Rosa

Viviane Rosa é paranaense radicada em São Paulo e, apesar de formada em Direito e Teatro, encontrou na descoberta autodidata das artes plásticas seu caminho criativo. Foi através da marcenaria que reavivou seu apreço pelas artes manuais e, hoje, seu trabalho se baseia em uma massa de modelar que a permite criar esculturas. Para a artista e designer, “criar com as mãos é como desenhar em três dimensões”.

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