“Eu sonho e penso durante a noite e depois vou trabalhar”, explica Uruhu Mehinaku. Seus bancos esculpidos e únicos ganham a exposição Uruhu Mehinaku e arte Mehinaku na galeria Herança Cultural (@herancacultural), de 23 de março a 20 de abril de 2024.
Uruhu Mehinaku é um dos grandes artistas do povo Mehinaku e vive na aldeia Kaupüna, na Terra Indígena do Xingu (MT). Suas obras, que integram a importante Coleção BEĨ, já foram expostas em diversos museus e galerias pelo mundo, em países como Japão, Estados Unidos, Espanha e aqui no Brasil, a exemplo do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (PR).
Xepí é como são chamados os bancos criados na forma de animais pelos Mehinaku. Cada peça é única e esculpida à mão segundo tradições transmitidas entre gerações. Na Herança Cultural, uma seleção de xepís em diferentes dimensões compõe a mostra com idealização de Katia D’Avillez e curadoria de Marisa Moreira Salles, Tomas Alvim e Danilo Garcia, que também faz a expografia.
A exposição pretende quebrar estereótipos, promover a compreensão intercultural e o valor artístico da produção feita por povos indígenas. “Os indígenas são os primeiros designers do Brasil. É natural que esses artistas pudessem chegar em galerias de arte e design. A ausência de mercado impacta esta produção e por isso é um componente importante no processo de resgate e fortalecimento da tradição”, destaca o curador Tomas Alvim.
A mostra Uruhu Mehinaku e arte Mehinaku abre dia 23 de março, durante a DW! SP 2024. Às 11h30, está marcada uma conversa entre o artista, curadores e o público.
