Desenvolvidos pela artista Clarisse Romeiro com base na obra de Gunta Stölzl, os tecidos são produzidos com autorização dos herdeiros da designer alemã
Era desejo antigo da Donatelli criar uma coleção relacionada às designers tecelãs da Bahaus. Após diversas conversas com a família da alemã Gunta Stölzl, a mais proeminente representante desse grupo de mulheres pioneiras, a marca recebeu autorização para iniciar o desenvolvimento. Assim nasceu, há mais de dois anos, o Projeto Gunta, que se materializa e chega ao público na DW!
Autora de coleções anteriores da Donatelli, a artista Clarisse Romeiro foi convidade a ser a mente criativa que mergulharia na história e no acervo dessa mestra do modernismo para se inspirar e desenhar novas padronagens. “Foram vários desafios ao mesmo tempo. Venho da estamparia artística e Gunta trabalhava com jacquard, ou seja, com tear industrial, o que era algo completamente novo para mim”, conta Clarisse. Além disso, havia a enorme responsabilidade de honrar a confiança nela depositada por Monika Stadler e Ariel Aloni, filha e neto de Gunta. “Eles me deram acesso a um arquivo incrível, que você não encontra na internet e nos livros”, completa.
Fora o aprendizado técnico, Clarisse teve que lidar com o fato de que o desenvolvimento aconteceu durante a pandemia. Surgiram percalços como a escassez de pigmentos – e cor é uma característica fundamental na obra de Gunta. Mas agora essa epopeia é o que dá sabor especial ao lançamento: uma coleção aprovada e autorizada pelos herdeiros da designer alemã. São seis desenhos de jacquard de algodão, chamados Trama, Urdume, Abstração, Modulação, Intersecção e Estrutura, apresentados numa exposição que também explica o legado da Bauhaus e, especialmente, de sua oficina têxtil.
A mostra, que também comemora os 80 anos da Donatelli, fica aberta de 13 a 18 de março. Em 16 de março, a partir das 11h, Clarisse Romeiro recebe o público no showroom e conta mais sobre a coleção Projeto Gunta.
