A presença de tecnologias e robôs no cotidiano não é novidade ou exclusividade das ficções especulativas. No entanto, as reflexões sobre um futuro pautado pela coexistência entre máquinas e humanos ainda não são disseminadas entre o público em geral. Daí a importância de pautar o assunto e democratizar essas questões e possibilidades cada vez mais próximas, como convida a exposição Convivendo com Robôs, em cartaz na Japan House São Paulo até março de 2024.
A mostra interativa retrata aspectos particulares do desenvolvimento de robôs japoneses e oferece ao público brasileiro a oportunidade de experimentar essa proximidade – que, no cotidiano japonês, já está mais do que incorporada.
No total, são apresentados 11 robôs em 4 categorias: colegas de trabalho, companheiros, comunicativos e os que ajudam os humanos. “São robôs que já existem e são usados na prática. Não são de ficção, com o objetivo de aumentar a eficiência ou como protótipos em desenvolvimento”, afirma o curador Zaven Paré, pesquisador do segmento de tecnologia e robótica.
Robôs amigáveis para pensar presente e futuro
Em comum, todos eles são friendly robots (ou robôs amigáveis, em português), projetados para se relacionarem com os humanos de maneira simpática, segura e colaborativa. Os exemplares em destaque são projetados para fazerem companhia, com ênfase na comunicação não-verbal – e possuem, inclusive, a função de expressão emocional.
Projetados com inteligência artificial e sensores sofisticados, eles compreendem e respondem às necessidades e expressões humanas de forma intuitiva. Por isso, os robôs amigáveis têm sido empregados em estabelecimentos comerciais, escolas, hospitais, casas de repouso e até no cotidiano doméstico, tornando-se verdadeiros assistentes pessoais ou até membros da família.
“O presente no Japão nos conta um pouco sobre o futuro em todo o mundo, por exemplo, a solidão no contexto do envelhecimento populacional. O Japão é um laboratório. Alguns desses robôs demonstram como é possível motivar e interagir. São robôs empáticos, que trazem apelos emocionais e expressões universais como o ato de bater palmas ou um olhar mais expressivo”, comenta Paré.